MPMG oferece denúncia contra 35 pessoas envolvidas em organização criminosa com atuação em diversas cidades de Minas e em outros estados
18/12/2025
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra 35 pessoas acusadas dos crimes de organização criminosa, associação para o tráfico interestadual de drogas, tráfico de drogas, posse de arma de fogo de uso restrito e lavagem de capitais, com atuação em cidades mineiras como Ituiutaba, Uberlândia, Centralina, Pará de Minas, Belo Horizonte, Esmeraldas e Contagem, bem como em municípios dos estados de São Paulo e Mato Grosso.
A denúncia resulta da operação Muro ao Lado iniciada após, em 24 de fevereiro de 2025, um homem ser preso em flagrante com aproximadamente 40 quilos de maconha. A prisão levou a uma rede criminosa altamente estruturada e com nítida divisão de funções, estruturada nos seguintes núcleos: liderança e fornecimento, distribuição regional (atacadistas), logística (estocagem e transporte), lavagem de capitais e pagamento fragmentado (varejistas).
Segundo a denúncia oferecida pela 4ª Promotoria de Justiça de Ituiutaba, “o grupo atuava de maneira profissional, utilizando-se de múltiplos aparelhos celulares, sistemas de comunicação cifrada, padronização de preços e procedimentos e, sobretudo, fragmentação sistemática de pagamentos através de dezenas de contas bancárias de terceiros (“laranjas”) e empresas de fachada, com o intuito de dificultar a persecução penal e dissimular a origem e o destino dos valores movimentados, que ultrapassaram os R$ 400 mil em um curto período e que representam apenas uma reduzida fração das operações reais do grupo”.
A primeira fase da operação Muro ao Lado foi deflagrada pela Polícia Civil, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no dia 13 de agosto. Uma segunda fase ocorreu no dia 13 de outubro. Além de prisões foram apreendidas drogas, armas, celulares e equipamentos usados no tráfico.
A movimentação total de drogas atribuída à organização no período da operação, seja por apreensão em flagrante ou por negociação rastreada, totaliza aproximadamente 284,89 kg de substâncias ilícitas, entre maconha, cocaína, ecstasy e LSD. O grupo criminoso se valia também de armas de fogo para garantir a integridade de seus membros e a execução das atividades ilícitas. Durante a operação, as forças policiais apreenderam armamento de uso restrito e significativa quantidade de munição, em endereços de Uberlândia, Belo Horizonte e Esmeraldas controlados por membros de destaque na hierarquia da organização.
A investigação comprovou ainda que a organização criminosa possuía ramificações corruptoras, cooptando um policial civil lotado na comarca de Ituiutaba, que, valendo-se de sua função e quebrando o dever de sigilo, repassou informações sensíveis da investigação ao líder organização, embaraçando a instrução criminal e frustrando prisões e apreensões.