Daniel Batista relatou, ainda, que pai e filho, cujas identidades não foram informadas, arrendam a fazenda e também administram um açougue no Bairro Jardim Brasília, que não tem alvará de funcionamento. No local, ocorreu uma apreensão de carne sem selo de qualidade.
"As investigações apontaram que era o pai que arrendava a fazenda e cuidava do gado e o filho que administrava o açougue. Na ocasião, foram apreendidos 270 quilos de carne armazenada de forma irregular, sem selo e comprovação de origem ou carimbo de inspeção. Isso configura crime ambiental e crime em relação de consumo", acrescentou.
Animais ficavam na área fiscalizada para engorda e abate — Foto: Vanessa Pires/G1
Esta etapa da Operação "Conexão" visou combater a criação de gado de forma irregular, possível receptação de gado e a criação extensiva que vem ocasionando crimes contra o meio ambiente.
"No curso dos inquéritos, descobrimos alguns indícios da comercialização do gado e a forma que um dos presos o adquiria em uma distribuidora de carnes não corresponde à forma que é exigida pela Vigilância Sanitária, pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e por toda fiscalização. Ou seja, ele faz a compra e faz o manejo de gado sem nota, sem nada, sem comprovação de origem", explicou Daniel Batista.
Ainda conforme o delegado, um dos investigados comprava gado do produtor para a casa de carnes e mandava matar no frigorífico sem guiar o gado para a propriedade rural e sem a nota fiscal. Ele tirava notas frias em nomes de outros produtores rurais para poder matar o gado no frigorífico.
No local, o IMA constatou que o produtor tem inscrição, mas não tinha nada em seu nome. Ainda conforme a fiscalização, ele tinha 150 cabeças de gado de rebanho heterogêneo com diversas marcas, em local sem pasto. Além disso, o gado tinha acesso direto à Área de Preservação Permanente, sem o manejo correto.
"O gado estava ali em um período curto para ser abatido. Era engordar e abater. Diversas vezes perguntamos quem comprou o gado e ele deu informações desconexas. Posteriormente, disse que tinha uma pessoa que comprava o gado pra ele", acrescentou o delegado.
Açougue
Na casa de carnes, a Vigilância Sanitária e o Procon constataram a existência de diversos produtos impróprios para o consumo. Dentre eles, linguiças processadas, espetinhos, carnes e miúdos sem data de validade e sem procedência.
"Existia lá mercadoria regular e irregular. Aquela considerada imprópria para consumo foi apreendida pela Vigilância e levada para o aterro sanitário para o descarte", concluiu o delegado Daniel Batista.
Prisão e apreensão
Após a operação, pai e filho foram presos em flagrante pelo crime contra as relações de consumo. O pai ainda pode responder por manejo indevido do gado pelo crime ambiental intervenção em Área de Preservação Permanente. Ambos foram levados para o Presídio jacy de Assis e ainda não tinham registro policial.
Já os animais apreendidos foram levados para o Camaru. Os donos de fazenda que tiveram por ventura animais furtados podem ir até o Sindicato Rural com documentos para conferirem se são os donos dos que estão lá e recuperarem os animais.
Contudo, ainda não é possível afirmar que todos apreendidos são produtos de crime. Por isso, é importante que quem se sentiu lesado comprove a posse apresentando documentos.
Por: G1