Segundo a PF, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Militar da União com sede em Juiz de Fora. Os trabalhos contaram com a participação de 20 policiais federais e outros 20 militares do Exército.

As investigações na esfera militar iniciaram após o batalhão de Uberlândia e outros órgãos locais receberem denúncias e informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Centro Nacional Oficiais e Praças da Reserva do Exército (Cnopex), que promove o projeto "Soldado Mirim" com cerca de 250 crianças.

A instituição se manifestou a respeito e disse que se trata de perseguição pessoal por parte do comando local do Exército. Informou ainda que a associação civil é legalmente constituída e que tomará as providências para esclarecer a situação da melhor forma possível junto ao departamento jurídico.

O Exército chegou a instaurar um inquérito penal militar para apurar o uso indevido do fardamento e distintivos por parte do Centro.

"A gente vem acompanhado o trabalho deles há bastante tempo e alertando sobre a utilização do uniforme sem a devida autorização. Eles solicitaram essa autorização e foi orientado para que não se fizesse. Essa instituição não está vinculada ao Exército, não terceirizamos nenhum projeto", disse o comandante do 36º BiMec, tenente-coronel Marcus Vinícius Gomes Bonifácio.

O fato de usar o uniforme oficial indevidamente configura crime previsto no Código Penal Militar (CPM) e a pena pode ser até seis meses de detenção. Além do crime militar, a Polícia Federal instaurou inquérito para levantar novas provas e investigar se o grupo praticava outros crimes como estelionato.

“Esse grupo costuma receber doações em dinheiro e de alimentos. Vamos apurar se estava induzindo as pessoas ao erro para que acreditassem que eles pertenciam ao Exército”, comentou o delegado-chefe da Polícia Federal, Carlos Henrique Cotta D'Ângelo.

 

Também houve apreensão de arma de pressão durante operação em Uberlândia (Foto: Pedro Torres/G1)

 

Por: G1 Triângulo